quarta-feira, 30 de março de 2022

Não é tempo de brincar aos deputados nem à política.

Iniciou-se o ano parlamentar.

Numa época marcada pelo pós-covid, pela crise económica, por um P.R.R., por uma guerra e por uma consequente readaptação do mundo a novas realidades politicas, económicas e geo-estratégicas, esta legislatura é especial.

Vivemos um mundo em mudança que exige a quem exerce cargos públicos noção das responsabilidades e do papel que desempenham ou podem desempenhar na vida e no dia a dia de cada um dos seus concidadãos.

Não é tempo de brincar aos deputados nem à política.

Hoje mais que nunca exige-se responsabilidade, empenho e sentido de compromisso com cada voto que assegurou que cada deputado tenha a honra de representar os portugueses na casa da democracia.

Eu como cidadão eleitor não exijo menos que isso.

Se começa uma legislatura, outra acaba.

Para todos os deputados que terminaram agora as suas funções e as cumpriram com mérito, trabalho e empenho pondo ao serviço do país o melhor que puderem e que sabiam, a minha gratidão.

Aos outros, que se aproveitaram dos cargos para proveito próprio a única palavra que tenho para vós é: tenham vergonha.

Um agradecimento especial para a Sandra Pereira e Susana Amador, ambas deputadas nas duas últimas legislaturas e ambas de Odivelas.

À Sandra Pereira uma palavra especial. A Sandra deu tudo o que tinha (sugiro visualização das suas intervenções no Youtube), foi empenhada,esforçou-se, trabalhou e combateu, quer a má governação socialista quer por causas nobres que abraçou com convicção.

Agradeço-lhe por isso e por ter sido daqueles que no exercício do cargo cumpriu com lealdade as funções que lhe foram confiadas, serviu e não se serviu. Não tentou martelar registou de presenças, não se aproveitou de ajudas de custo, não disse que morava onde não morava.

A sua passagem pela Assembleia da República orgulhou Odivelas e a sua concelhia

Pecou, numa sociedade marcada pela informação, por não ter divulgado mais as suas intervenções e o seu trabalho parlamentar.

Fecha-se um ciclo, mas serviço público não acaba na Assembleia da República.

Haja vontade e não faltam causas pelas quais lutar. Seguimos juntos.

A nota final é para os novos deputados e deputadas que iniciam agora funções.

Sei do sentimento de mudança e de empenho que levam.

Não o percam ao longo do percurso e não se deixem moldar pelo sistema.

Com os mais velhos aprendam o bom mas saibam discernir o mau. Tenham sempre em mira o interesse publico, o interesse nacional e não o interesse dos vossos partidos.

A vossa missão chama-se Portugal, crescimento económico, prosperidade e melhoria na qualidade de vida. O que vos deve mover não é o cargo, o status, o dinheiro ou o que socialmente ser deputado vos pode proporcionar.

Quando caírem nessa tentação lembrem-se dos mais desfavorecidos, dos que vivem com o salário mínimo, dos que estão desempregados, dos que sentem dificuldades em sobreviver e ou viver com dignidade. São esses e é para esses que os vossos lugares mais devem servir.

Quando caírem nessa tentação, venham a Odivelas conhecer o bairro do Barruncho, e vão ver que o banho de realidade logo vos “acorda” para o que é verdadeiramente importante na política: servir os outros.

Tenho confiança em muitos deputados. Uns porque conheço, outros porque fui acompanhando o seu trabalho e outros porque os conheci em tempos, no meu e noutros partidos. Tenho esperança que não me desiludam e que levem para o parlamento garra, credibilidade e competência.

Falo de um Alexandre Poço, de um Alexandre Simões, de uma Joana Barata Lopes, de uma Rita Matias, de um Ricardo Batista Leite ou de uma Sofia Santos, não esquecendo um Rodrigo Saraiva que conheci nos meus tempos da JSD.

A estes e a todos deixo votos de bom trabalho. Sejam sérios, competentes, deem o melhor que tiverem, é o que esperamos de vós.

É a vossa obrigação.

Pedro Miguel Martins

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