Nas últimas décadas as grandes potências
mundiais tiveram um posicionamento erróneo na chamada complexidade das relações
internacionais.
A invasão a um estado soberano e independente
como a Ucrânia, feita pela Rússia autocrata e imperial, é inqualificável,
imprevisível, com objetivos expansionistas e contra as regras do direito
internacional, o que só pode obrigar as Democracias e todos os defensores dos
direitos humanos a condenar, incondicionalmente, este triste episódio que fere
aquilo que um país tem de mais valoroso, a vida do seu povo e a sua soberania.
De qualquer forma, pretendendo construir um mundo onde todos possamos coexistir pacificamente em Paz e Harmonia, urge sair da espuma dos dias, do mediatismo atual e refletir para
reconstruir, assumindo erros do passado e preparar o futuro.
Nas últimas décadas o direito internacional foi bastas vezes atropelado, por intervenções militares, pouco claras e ilegítimas, que invariavelmente implicaram
perdas de vida, deslocações migratórias, sofrimento e destruição.
O dom da Vida é igual para todos, ucranianos, iraquianos, afegãos, sírios, tchetchenos, palestinianos ou israelitas.
Não há
vidas de 1ª nem de 2ª.
Por isso, neste xadrez imperial das zonas de
influência e dos espaços vitais não há inocentes.
A Rússia não está inocente, os EUA não estão
inocentes, as Nações Unida, a Nato e a União Europeia também não.
Não há inocentes, mas a culpa de uns
não justifica, não branqueia e não desresponsabiliza o que atualmente sucede na
Ucrânia.
Por mais injustificadas que se considerem as suas opções no cenário mundial, não foram os EUA que levaram à
anexação da Crimeia.
Não foi a Nato, que se revela perante a atual
ameaça russa, mais necessária do que nunca, nem o seu alargamento aos países de
leste, que obrigaram Putin a invadir um estado soberano.
Putin revela um desejo pífio de restaurar de
forma saudosista um império antigo, soviético, bolchevique ou czarista, que
para o caso tanto faz, mas que a história recente mostra que não deixou
saudades, tal o desejo das ex repúblicas soviéticas se voltarem, legitimamente
para as instituições ocidentais, em suma para a Democracia, para o bem-estar e
para a segurança.
Putin intervêm na Ucrânia numa demanda
imperialista, num desejo irracional, de reconstruir uma história ultrapassada
pelos tempos. Tão irracional que usa como ferramentas a força militar e a
ameaça de uso de armas de destruição maciça.
E por isso que esta intervenção só pode ser
condenada de forma clara, inequívoca e incondicional.
Pedro Miguel Martins
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